A Força do Amor

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“O homem construiu bombas e tenta dominar o mundo. Por trás de todo esse esforço, está o dinheiro – aquele que manipula e usa o próprio homem, em vez de ser usado por este. Quem é dono de quem? Quem domina e quem é dominado: o dinheiro ou o homem?

Dominar manipular ou obedecer são invenções de homens escravizados pelo poder de Mamon, os quais não têm forças para se libertar de sua mão ingrata, mantendo-se algemados às correntes de sangue, situação que se agrava na proporção de sua sede de domínio e mando.

Acredito firmemente que a humanidade precisa de um fardo mais leve e de um jugo mais suave: a compaixão. Existe muito sofrimento, e muitas lágrimas já se derramavam mundo afora em nome de políticas fracassadas e de políticos interesseiros.

Homens aparentemente simples procuram votos do povo. Dão as mãos aos pobres e beijam crianças em suas campanhas; prometem o combate a fome e à violência, distribuem misérias, migalhas para os mais miseráveis do que eles, com o intuito de serem, mais tarde, coroados com os louros de César. Entregando à população as sobras, o resto, e consideram que a maioria seja incapaz de raciocinar a respeito de semelhante conduta

Mas a vida não esquece os dramas perpetrados pela insensatez humana. O povo chora e sofre na esperança de uma vida melhor.

Uma noite eu tive um sonho, no qual via Jesus descendo dos céus em direção a Terra, enquanto os cristãos sonhavam em subir para os portais do paraíso, ou habitar colônias espirituais. Em meu sonho perguntei ao Nosso Senhor aonde ele ia, ao que me respondeu:

Fazer aquilo que meus seguidores não fizeram, ou seja: vou procurar as multidões, os famintos de Deus e de Justiça; andarei pelas ruas do desespero e caminharei nas vielas da angústia e da solidão. Enquanto isso, meus seguidores descansam no paraíso ilusório de suas moradas e no cárcere de suas consciências hipnotizadas pelos conceitos forjados de uma filosofia anticristã.

Assim hoje, eu, Tereza de Calcutá, rezo baixinho para que algum dia, a política humana se transforme numa política divina e para que os cristãos tenham mais coragem de se expor, em vez de ficarem brigando para ver quem tem direito a um pedaço maior do céu ou esperando o mundo acabar para se verem livres da obrigação de fazer alguma coisa em prol daqueles que sofrem. Preferindo transferir toda responsabilidade a Deus – que Ele faça tudo! -, para que eles, os cristãos, descansem em paz em alguma colônia espiritual ou do seu Céu Imaginário, vítimas da ilusão de suas consciências entorpecidas, diante do choro e sofrimento dos convidados de Jesus.”

(Do livro A Força Eterna do Amor – Teresa de Calcutá)

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